Neurolux: a fronteira entre cura e perigo
A droga Neurolux, criada para tratar o Alzheimer, virou uma ameaça global ao ser usada de forma recreativa, causando danos cerebrais e colocando a ciência em cheque no debate internacional.
Nesta segunda-feira (11), durante os debates do comitê da UNODC, uma crise foi anunciada aos presentes no conselho. Tratava-se do surgimento de uma droga, Neurolux, capaz de curar o Alzheimer e promover uma melhor qualidade de vida aos usuários. Infelizmente, este entorpecente está sendo utilizado de forma recreativa, gerando, assim, efeitos colaterais severos, como lesões cerebrais e danos permanentes aos neurônios. Esse tópico abriu uma discussão complexa e pertinente às delegações.
Pelo fato de a Federação Russa ter a maior quantidade de viciados, alguns delegados, com destaque ao delegado do Japão, citaram a incompetência do país em relação ao mau controle e fiscalização das drogas em seu território. Dessa forma, insinuaram que a Rússia havia se contradito em relação ao seu discurso inicial, no qual a delegada russa enfatiza a tolerância zero do país com respeito aos entorpecentes.
No decorrer do debate, os delegados e a mesa foram surpreendidos com a inesperada entrada de dois farmacêuticos formados na Universidade de Oxford. Os jovens relataram que estavam sendo perseguidos pela empresa farmacêutica americana Johnson & Johnson. Estavam sendo ameaçados pois haviam descoberto que o FDA (Food and Drug Administration) havia liberado o uso das drogas mesmo sabendo de seu potencial viciante.
A partir desse ponto, o debate passou a se direcionar à irresponsabilidade dos Estados Unidos (EUA) em relação à propagação da droga, criada dentro do seu território, a outros países. A representante da delegação chinesa, em um de seus discursos, apontou que os EUA abusavam de seu poder para conseguir lucro e deveriam mudar seu posicionamento. O país rebateu dizendo que não era o único culpado pelo espalhamento da substância e reafirmou a importância dela para aqueles que necessitam.
Uma solução sugerida pela Alemanha ganhou destaque e aprovação dos Estados Unidos. Tratava-se de uma reformulação da Neurolux para que houvesse a retirada dos componentes viciosos e ficasse somente a medicação. Dessa forma, o alucinógeno conseguiria exercer sua função apenas medicinal.
Desse modo, a crise da Neurolux deixou evidente a necessidade de uma cooperação internacional mais rigorosa no controle de substâncias de alto risco. Com a proposta da Alemanha de reformulação da droga, o comitê avançou em direção a uma solução que priorize o uso medicinal, mantendo a segurança pública. O episódio trouxe à pauta a importância de decisões globais coordenadas para evitar que inovações científicas acabem gerando novas ameaças à sociedade.